sábado, 6 de junho de 2015

Relato Sensato

As violetas plantadas, no meu escritório. Umas dez ou doze.
Também dividem o mesmo ambiente,
Um  brinco de princesa,
Duas pequenas arecas,
Um pé de boldo, que chega ao teto, num vaso maior,
Uma jiboia que ganhei,
Outras folhagens também.
Que não sabem quem, as dará a continuidade da natureza.
Uma orquídea da estação passada, que agora só em uma folha,
Repousa em cima da coluna dos guardados passados que vive trancada.
Só ela mesma sabe o tempo de florir.
Se não fossem os sessenta, não mais veria eu, para mim, ela sorrir.
Ou quem sabe nem repararia que lá está.
Caso o amor desse, ainda algo com ele quisesse, quiçá.
Sessenta sentados, e sessenta sentidos.
O ultra book ao lado da máquina de escrever do meu avô de 1940.
Quinze anos a mais ela tem aguentado.
Desse sessenta danado.
A minha cadeira de rodinhas que trouxe do outro escritório, me leva
Pra frente, para os lados, para traz, e me leva também a pensar, porque este ser que a pesa, insiste em brincar com o alfabeto inteiro.
Pois tem tantas folhagens,
seria um bom jardineiro!
Muitos papéis sobre as duas mesas.
Lápis, canetas, retratos. Outras coisas que também quis ter. Além da bomboniére de vidro, com balas de iogurte e de leite, que só tem um alguém,
Para fazê-las sentir o motivo, de estarem ali.
Mas o mais interessante é que, quem descreve isso,
 Ferindo o papel por inteiro,
com uma caneta, tipo tinteiro,
 também tem as mãos,
um copo de whisky, ou uma taça de vinho,

ao lado de um belo cinzeiro.

Um comentário:

  1. Amei, essa é a que mais amei...expôs nela um eu lírico encantador, usou humor, despiu-se e encantou a quem lê....arrasou!!!! Beijos...

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