terça-feira, 30 de junho de 2015

Útimo dia do Mês

Ao último dia do mês
Escrevo a todos vocês,
Embora os percalços nos assolem,
Começará tudo outra vez.

Vendo a omissão,
Do egrégio alto clero,
Depois de eleito, iludido.
Aqui nada mais quero.

A nossa bela bandeira,
Ao hasteá-la se há de negar.
Pois em furta cor está agora,
E a imagem do cruzeiro se entristece.

Mas eu, na intenção de um poeta,
Sério e meio sisudo,
Por não saber como lidar,
Faço das palavras escudo.

As frases de traz para frente,
Ainda me sinto contente,
Que a inspiração do chuveiro,
Onde alguém há de apreciar,
Já me consumiu por inteiro,

Nesta incerta nação,
Um poeta sem eira e nem beira,
Se deste ofício teimar,
Mal há de se sustentar.


quinta-feira, 25 de junho de 2015

A dor que Agrada

Agrada-me a dor.
A dor que pode escrever.
A dor que nesse mundo,
Ninguém há de conceber.


A dor substancial.
Como qual, a dor do amor.
Que no auge da sua exposição,
É indolor, nesta situação.


Sendo a dor superficial,
Aos ouvidos, é natural.
Estampada em todos os murais,
Agudas cordas vocais.


Precisa e desnuda a face,
Que faz tudo emudecer,
A dor que deixa sem jeito,
Fazendo o corpo tremer.


Essa causa tamanha,
Que dela gostar, se estranha.
Como disfarce o namoro,

Finda, trazendo o choro.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Poema Exterior

Da revoada das andorinhas;
Que por aqui ontem passaram;
Decidiu um passo adiante;
Prosseguir num primeiro instante.

Desistir não é o caminho,
Que faz lembrar e esquecer,
Que te custe a asfixia,
Consequência disto,
Só pode ser.

Tropeços em teu encalso,
Nesta rasteira covardia,
Também por influência alheia,
Levanta e torna a correr.

Deixe de lado,
Tudo o que puder,
Onde o querer não é poder,
Porque que muito,
Que não mais queira,
Não só em Orlando,
Há de ocorrer.

Queixoso pelo lugar,
Nem deveras,
Despreza a dor,
Se for bom pensador,
Encoraja-te,
Por favor.

By: Acir Guimarães!


domingo, 7 de junho de 2015

Ainda te resta!

Ainda te resta um tempo,
Um tempo pífio, pra pôde consertar,
Um tempo que nem mesmo o tempo,
Pode este contar.

Se for, que seja urgente.
Pois de uma hora pra outra, eu posso acordar,
Que de tanto amor, não mais aguentar,
Outro amor que implorei, há de chegar.

Não se deixe,em teu nariz tropeçar.
O tempo não leva desaforo,
Um amor como o nosso, 
Nem em sonho você vai encontrar.

sábado, 6 de junho de 2015

Relato Sensato

As violetas plantadas, no meu escritório. Umas dez ou doze.
Também dividem o mesmo ambiente,
Um  brinco de princesa,
Duas pequenas arecas,
Um pé de boldo, que chega ao teto, num vaso maior,
Uma jiboia que ganhei,
Outras folhagens também.
Que não sabem quem, as dará a continuidade da natureza.
Uma orquídea da estação passada, que agora só em uma folha,
Repousa em cima da coluna dos guardados passados que vive trancada.
Só ela mesma sabe o tempo de florir.
Se não fossem os sessenta, não mais veria eu, para mim, ela sorrir.
Ou quem sabe nem repararia que lá está.
Caso o amor desse, ainda algo com ele quisesse, quiçá.
Sessenta sentados, e sessenta sentidos.
O ultra book ao lado da máquina de escrever do meu avô de 1940.
Quinze anos a mais ela tem aguentado.
Desse sessenta danado.
A minha cadeira de rodinhas que trouxe do outro escritório, me leva
Pra frente, para os lados, para traz, e me leva também a pensar, porque este ser que a pesa, insiste em brincar com o alfabeto inteiro.
Pois tem tantas folhagens,
seria um bom jardineiro!
Muitos papéis sobre as duas mesas.
Lápis, canetas, retratos. Outras coisas que também quis ter. Além da bomboniére de vidro, com balas de iogurte e de leite, que só tem um alguém,
Para fazê-las sentir o motivo, de estarem ali.
Mas o mais interessante é que, quem descreve isso,
 Ferindo o papel por inteiro,
com uma caneta, tipo tinteiro,
 também tem as mãos,
um copo de whisky, ou uma taça de vinho,

ao lado de um belo cinzeiro.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.


Fernando Pessoa

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Realidade.

Corremos ao vento,
Que vento suave desta manhã primaveril.
Junto com todas crianças. Que como eu, nunca se cansam . Nossas mães estão à  espreitar,
Como o pastor, já em meio
as ovelhas, guiar.
Então, estamos ali, 
à brincar. Roda gira, gira roda.
Subo ao alto, pra escorregar.
Mais um brinquedo,
Que começa na  escada 
e derruba, se encima demorar.
Desço como água, moro à baixo.
Que sensação?!
Estou descendo,
No parque? as outras também?
Desço, mas não paro,
Chego ao chão,
Passo dele,
Não é mais brincadeira.
Lazer, diversão, realidade.
Mergulho?
Peixes-leão, anêmonas-do-mar,algas verdes, amarelas, furta cor.
Não sei, sensação estranha.
Meu Deus, me falta o ar!
Insípido, inabitável, quero sair.
Está me asfixiando o fundo do mar.
Barulhos, meu corpo sendo sacudido.
à ? o que?. São oito horas.
Levanta, "stand up"?!
Resulta Labuta,
São oito horas ,
Perdeste a hora.