sábado, 3 de outubro de 2015

Amor Regado


Tenho regado,
O meu amor,
No qual muito tenho pensado,
Fazendo-o todos os dias,
Com a vida que se abrevia,
Que seja mais,
Um tanto a mim concedida.

Contudo a água,
Que o nutre,
Com sais minerais,
Não é dádiva divina,
É um suplício,
Que mareja todo meu ser,

Pouco de lágrimas tem,
Muito de coração,
Que não se sente na face,
Pois é na alma a vibração.

Faz-me mal essa represa,
Que não se deixa enxugar,
Inutilizando o lenço,
Que sempre propenso,
Não se pode ao corpo adentrar.

Desta forma, regado,
Uma autoflagelação,
Remete-me as saudades,
De uma vida de ilusão.

Hesitando-o em regar,
Graves consequências,
Seriam vistas,
Deixá-lo-ia morrer,
E passaria a acreditar,
Que nem só os regados,
Nos fazem sofrer.

Levar-se em consideração,
Do vivido anteriormente,
Dispendioso,
O parcial e unilateral.

Do tudo ao nada,
Até, quem sabe,
Fizesse sentido,
Que o melhor recado,
Não fosse o mesmo,
Regado.



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