sexta-feira, 17 de julho de 2015

Promete-me


Promete-me,
numa alucinada euforia,
que teu ser meu pra sempre será,
e me desfaz momentaneamente da agonia
de saber que somos mais que um, mais que dois.
Promete-me,
que teus lábios serão sempre meus
e que tuas mãos de outras não se entrelaçarão,
que teu peito só receberá o meu abraço,
e que teu corpo não se deita sem o meu.
Promete-me,
promete-me em vão,
pois em vão são as bocas, e em vão, vão as palavras
que são ditas em frases loucas,
na diáfora dos amantes que se entregam delirantes,
e depois se vão, sendo sempre tudo vão...
Promete-me,
sob o peito ardente, apaixonado,
que teu amor é meu, louco alucinado,
mas que eu sei, amanhã de mim já esqueceu,
e por outras palavras se faz encantado,
e em outras bocas e beijos saciado,
pois tudo que promete, promete-me em vão.
Promete-me,
no afã do gozo libertino,
no delirar do prazer desse momento,
prometendo-me, como demente,
em palavras soltas pelo calor ardente,
do corpo que dentro do outro sente
a ânsia doida do prazer carnal...
... Promete que é só meu ...
e depois não se esqueça:
Diz que foi em vão!

Reeditando esse belíssimo poema que a nossa amiga Iris Angelli postou!

2 comentários:

  1. Deliciosa surpresa...obrigada pelo carinho, fiquei sem palavras! Beijos...

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  2. ...olá meu grande amigo! Eu já havia me esquecido desse poema, assim como esqueço tantos amores desfeitos! Bom demais reler, lembrar de você, e do carinho que me fez ao postar! Beijos...

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